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No céu que a pólvora encobre as estrelas,
ela não pode voar,
no chão minado com trincheiras e soldados,
ela não pode pousar,
suas asas estão...,
manchadas de vermelho,
hematomas das correntes do cativeiro,
o olhar do rio de lagrímas,
com navio de desespero,
na sua estrada, estilhaços de granada,
corpos entre quatro velas,
bala perdida da polícia,
outra criança morta na favela,
no campo de exterminío ela não vai fazer seu ninho,
porque suas penas estão enterradas no cemitério clandestino,
No céu do campo de extermínio ela não pode voar,
as nuvens são de gás lacrímogênio,
e as gotas de chuva, balas de HK,
No céu do campo de extermínio ela não pode voar,
as nuvens são de gás lacrímogênio,
e as gotas de chuva, balas de HK,
A cada corpo num caixão de lata,
a cada homem na prisão,
anunciavam-se a contagem,
regressiva para sua extinção,
foi trocada por rosas blindagem e guerrilha,
foi colocada na gaiola,
por ter nascido na periferia,
na selva,
Onde a nota vale mais que o amor,
é impossível vê-la no fio,
no seu lugar estão os passaros,
que comem as vitímas de fuzil,
no lado do arco irís vermelho,
não vejo ela voando,
sua cabeça foi decapitada,
pelas hélices do pelicano,
No céu do campo de extermínio ela não pode voar,
as nuvens são de gás lacrímogênio,
e as gotas de chuva, balas de HK,
No céu do campo de extermínio ela não pode voar,
as nuvens são de gás lacrímogênio,
e as gotas de chuva, balas de HK,
No céu do campo de extermínio ela não pode voar...
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