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Sou de caniço e samburás
Quando da noite eu fisgo um luar
Guardo essa lua pra me guardar
Feito patuá
Sou das queimadas, sou do clarão
Guia de cego na escuridão
Trilho nas sendas da minha paz
Tecendo a canção
Tangendo a sorte
A linha da morte fugiu das minhas mãos
Me agarro à vida
Estrela nascida só, mas sem solidão
Tiro certeiro
Sou cirandeiro, voz que se alforriou
À luz do dia, revés da agonia
Canto porque Deus mandou
Sou dos folguedos, de arlequim
De sortilégios e querubins
Em corda bamba a me equilibrar
Senhor de mim
Sou das encostas e beira-mar
Rastro do verso e de quem cantar
Do céu, da terra
Sou um pescador da Lua
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