O que Me Fere

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O que me fere
É o prazer que sinto, mas deixo morrer
É a fome que me assola, mas não me alimento
É a sede que me seca, e continuo sem beber
É a visão embaralhada, e vendo meus olhos
É a minha carne que treme, e ainda saio para o frio
São os meus pés calejados, e ainda fico descalça
É a minha boca ardendo, quando só bebo água
São os meus olhos fixos, quando prefiro desviar
São os meus pés que tropeçam, e desisto de caminhar
É quando minhas pernas fraquejam, e me deixo vencer pelo cansaço
Quando as palavras me veem à boca, devolvo à garganta
Quando a verdade me toma, mas a mentira do outro me é mais forte
Quando o meu não fala mais alto que o meu próprio sim
Quando o meu passado atrasa o meu presente, e o medo congela o meu caminho
Quando a minha sorte depende só de mim, e eu me seguro no outro
Quando amar é o meu remédio, mas a doença da solidão me basta
Quando minha alma quer festa, mas eu prefiro dormir
Quando meu corpo quer ir para a rua, mas a proteção do casulo é mais confortável
Quando o meu desejo de viver é menor do que o meu comodismo
Quando os meus sonhos não me bastam para querer realizá-los
Quando a minha fé não me faz crer no amanhã, e nem por isso eu rezo
Quando eu não sei ser eu mesma, nem aquilo que eu gostaria que fosse
Quando eu não mudo o mundo mudo que só mudará quando minha voz mudar
Mas um dia que sabe...
Vou abrir meus olhos, vomitar as palavras,
caminhar entre as pedras, acordar para a vida,
Vestir-me de amor, abraçar meus sonhos e extasiar-me de prazer.


  • Autor: Fabrina Silva dos Santos






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