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Na bussula enferrujada
de um navegante sem nave
A vida ficou trancada num velho baú sem chave
Há um navio prisioneiro
No porto de uma garrafa
E um relógio onde o tempo à muito tempo não passa
E um relógio onde o tempo à muito tempo não passa
Uma âncora na parede
De um marinheiro sem mar
Parece morrer de sede
Não encontra ali seu lugar
Um pergaminho entreaberto Deixa antever-se um poema
Quem saberá o misterio
Da mao que empunhou a pena
Quem saberá o misterio da mao, da mao, da mao que empunhou a pena
Restou somente um fantasma Que à noite folheia livros
E demanhã se disfarça
Por que tem medo dos vivos
Que as vezes só se rebela
E se nega a aceitar o adeus
Prendendo lumes e velas
Sonhando que não morreu
Prendendo lumes e velas
Sonhando que não morreu
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