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Sentinela,
guardião do luar,
arco-íris,
se a palha queimar, lá se vai o espantalho febril.
Paletó,
uma casca, um botão,
se o vento soprar,
lá se vai o espantalho pro rio.
Foi num dia de outono qualquer,
sinhá-moça chapéu lhe bordou,
coração, espantalho ganhou,
o amor, espantalho entendeu.
Como as flores que caem no chão,
espantalho a dor conheceu.
Um amor impossível de ter.
Um amor impossível de ser...
Se o bom vento soprasse o nunca,
e a brisa leve trouxesse o talvez,
e o castelo dos sonhos repousasse a noite
nos olhos de um sentimento aberto só pra nós dois.
Se o vento pudesse espalhar
a palha queimada a fio
pelo fogo do seu coração,
mesmo as cinzas perdidas no rio,
voltariam ao mesmo jardim,
onde o amor, espantalho entendeu.
Mas num dia de inverno qualquer,
vento forte levou seu chapéu,
lá se foi coração livre ao céu,
disparando nos braços de alguém,
espantalho o amor entendeu...
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