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Tribo Da Periferia - Prosa De Malandro
Tribo Da Periferia
Em habitat de bandido,
Tiro vai, Tiro vem, Tiro pára,
Perigo lá vem tiro,
Entra em cena minha quebrada,
Periferia honrada, destemida precária,
Rotina hemorrágica,
Tem bomba acesa na esquina,
A malandragem faz fila,
Acende o pavio explode, pega, puxa, prende, pira,
Vira bicho sem pensar,
Deu perdido, tá fudido,
Rolé de bura na cidade a bop mata, saiba disso.
Quem deve corre,
Quem não deve também teme,
Comédia na mão dos homens treme,
No cúbico geme,
E oposição, policia versos ladrão,
Pra estatística o número ali viu pro botão,
Adrenalina é pura adrenalina é muita aventura,
Viver na periferia,
Diz:
Deu tiro BUM,
Matou, levou tirou BUM,
Morreu DF expande e a guerra e a sigla diz,
Descuidou fudeu,
O dia passa escurece no faroeste BANG BANG,
Pergunte a quem conhece, fogo cruzado,
Queima arquivo no serrado,
No outro dia encontrado, metralhado no meio do mato,
Pá Pá Pá, se cheiro tem que pagar,
Pá Pá Pá, se deu motivo então segura a onda.
(refrão) (bis)
Descuidou Fudeu,
É Prosa de Malandro,
Criminal
É Prosa de Malandro,
Tá tá tá
É Prosa de Malandro,
Rapaziada mete fixa.
Sobra disposição,
Bate bola no campão,
Bate boca é confusão,
Bate o tiro e outro no chão,
Maluco atira mata um se mostra o ferro,
Dois dias depois, são vizinhos lá no cemitério,
É muita irá véio,
É muita irá,
Medo pra população, desafio pra policia,
Rapaziada no buteco, reunida,
Passa um carro suspeita má noticia,
No outro dia, tem visita no presídio,
No outro dia tem velório de mais um amigo,
moleque novo puxa mixa, guincha carro
Na avenida de cachanga em cachanga,
Logo perde a vida,
E assim termina com cascalho ao molho rubro,
Periferia o lugar mais cabuloso do mundo,
No sobe e desce da agonia,
O nóia fica loco,
Rouba malandro na madruga e amanhece morto,
Pá Pá Pá, aqui tem que respeitar,
Pá Pá Pá, se quer viver então segura a LOMBRA.
(refrão)
A moleca corre aos onze,
Saí do meio,
No desespero pula o muro,
Saí do meio
Quem escapa curte lombra com apuro,
Quem vacila leva taca no canto do muro,
Na tampa pro esgoto até a ponta,
No bagulho e tem mais um tijolo ali mocado no
entulho;
Moleque assume, roda, gira o mundo tá de volta,
Cadeia hotel pra bandido aprendi na escola,
Barro lotado, neguinho encabulado,
Enquadro no cobrador eu nem te ligo o resultado,
Por isso mesmo é que a papuda já tá cheia,
Moleque da quebra, iludi no crime aí vira chave de
cadeira,
Abre e fecha a sela entra e sai da sela e morre,
Tem fogo na viela e os homens estão na quebra corre,
É perigoso, andar na rua é perigoso,
Tem que saber sacar, pra lhe dar com moleque doido,
Nasci no meio dos barracos, favelado nato,
Maloqueiro de crachá no peito, considerado,
É prosa pra malandro, vim se identificar,
É pra incomodar burguês,
É pra incomodar,
Pá pá pá, a favela é meu lar,
Pá pá pá, caía pra cá vamos trocar uma idéia.
(refrão)
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